Compositor: Não Disponível
São vinte pras duas da manhã e os bares estão fechando
Ninguém se parece com aquilo que pensa de si
O cara no canto com cuspe em sua barba
Tem mais bebida na roupa que na barriga
Os dançarinos estão dançando como formigas
Desesperados para achar uma rainha de última hora
Enquanto o resto de nós já foi pra casa
Para tentar achar conforto nos sonhos
Porque isso não é vida
Eu sei que escolhi ela
Mas eu não suporto acordar
Sem ninguém saber disso
Eu nunca encontrarei forças
Pra mudar o que preciso
Esse será quem eu sempre serei?
Eu abro meus olhos e o quarto ainda está girando
Eu brinco sobre rodar a roleta
A parte mais engraçada desse sentimento
É saber a resposta, mas nada vem à tona
Então eu me sacudo como se estivesse pendurado em algo
Que sei que está prestes a quebrar
Como se eu estivesse com a arma na boca, mas com a trava de segurança acionada
E vomito os comprimidos que tomei
As notas estão escritas a lápis
Sem saber ao certo o que estou tentando escrever
Mas algo como: Maldito é o homem
Que disse que tudo ficaria bem
Mas a vida é muito parecida com um esgoto
A gente recebe de volta o que a gente colocou lá
E é aí que a dúvida aparece
Talvez eu não tenha isso em mim
Talvez tenha muita coisa que eu não consigo suportar
Eu só queria que alguém caísse do céu e me explicasse
Esse lugar fodido e frio
Mas eu somente continuo tentando esconder
Até não haver mais nada para salvar
E ao fim, eu sei que irei morrer
Enterrado no túmulo de outro homem